A Fundação Seade (Sistema Estadual de Análise de Dados) órgão vinculado ao Governo do Estado de São Paulo, divulgou recentemente o resultado da pesquisa do índice da taxa de mortalidade infantil. Pelo levantamento, a morte de crianças cresceu 50% em Araras (15,5 por mil nascidos vivos), se comparado a 2010 (10 por mil nascidos vivos). A taxa é um dos principais indicadores das condições de vida da população infantil e de saúde da população em geral.
Pelos dados da Seade, o índice em Araras oscilou nos últimos seis anos. Em 2006 ele ficou em 12,7 (por mil nascidos vivos) e, no ano seguinte, caiu para 10,2 (por mil nascidos vivos). Em 2008 subiu para 12,1(por mil nascidos vivos) e, em 2009, apresentou o melhor índice: 8,5 (por mil nascidos vivos). Em contrapartida, no ano seguinte, o índice subiu para 10 (por mil nascidos vivos). Mas o salto mais significativo nesse vaivém foi no ano passado, quando o índice bateu nos 15,5 (óbitos por mil nascidos vivos). Se comparada com as cidades vizinhas, a mortalidade infantil em Araras ficou atrás de Mogi Guaçu (7,72 por mil nascidos vivos) e de Leme (12,14 por mil nascidos vivos). As piores médias foram registradas na cidade de Rio Claro (16,84 por mil nascidos vivos) e Limeira (15,54 por mil nascidos vivos).
Troca de secretários
Tribuna conversou pelo telefone com a secretária Municipal da Saúde, Vandersi Pavan Bressan (Vanda), e esta confirmou os números do ano passado, mas disse que “não poderia responder por eles, já que assumiu a pasta em dezembro de 2011”. A secretária disse também que “fará um levantamento dos problemas ocorridos até 2011 e que o resultado será divulgado apenas na próxima semana”. Vale frisar que a Secretaria Municipal de Saúde foi a que mais teve troca-troca de comando nos últimos tempos, com seis secretários em quatro anos: Nelson Salomé, Francisco Gonzaga, Rita Píspico, Roberto Chapola, Francisco Nucci Neto e agora Vanda.
Ações revertem números
De acordo com Vanda “a taxa já apresentou redução nos primeiros meses deste ano devido aos programas implementados após a sua gestão” e completou: “nos primeiros meses de 2012 ela foi reduzida a 7,4 por mil nascidos vivos”. Entre as ações efetivas, consta o projeto Mãe Ararense – Nascer em Araras, que incentiva as gestantes para o acompanhamento do pré-natal. A pasta realiza também o trabalho de imunização nas primeiras doze horas de vida, em todos os nascidos vivos, contra Hepatite B e BCG (Bacilo Calmette-Guérin), além da vacina contra tuberculose. De acordo com o balanço divulgado em janeiro deste ano, durante uma audiência pública feita na Câmara Municipal de Araras, 1.645 crianças foram vacinadas em 2011. “Estamos investindo na saúde básica e primária, na questão do acolhimento. Hoje acompanhamos a gestante desde as primeiras semanas de gravidez e com isso ela passa por todos os exames, que inclui duas ultrassonografias, recomendadas pelo Ministério da Saúde”, enfatizou. A meta, segundo a secretária, “é fechar o ano com um índice entre 6 e 7 (por mil nascidos vivos)”.
Comitê reativado
Outra importante medida que será feita pela Secretaria será a reativação do Comitê de Mortalidade Infantil. A Secretaria Municipal da Saúde não soube informar quando ocorreu a desativação. O comitê é importante para a área da saúde de cada município e o objetivo é evitar a mortalidade infantil através de prevenção, diagnóstico e tratamento de doenças que levam à morte por causas evitáveis, especialmente da população com maior risco social. “Vamos reativar o comitê, que será composto por profissionais da área da saúde e, através dele, poderemos acompanhar e fiscalizar a mortalidade na cidade e assim evitar que os problemas do passado se repitam no futuro”, justificou Vanda.
Situação Estadual
O relatório Seade mostra que, no panorama geral, a mortalidade infantil apresentou declínio em 2011 e atingiu o menor índice em todo o Estado de São Paulo: 11,6 óbitos infantis (por mil nascidos vivos). A taxa é 2,6% menor, se comparada a 2010 (11,9 óbitos por mil nascidos vivos) e, se comparada a anos anteriores, o número caiu cerca de 31% na última década (17,0 por mil, em 2000).
Pelo relatório, a principal causa de morte na infância se deu pelas “malformações congênitas, com 80% das mortes infantis, além das doenças do aparelho respiratório e infecciosas e parasitárias”. De acordo com o site da Fundação, “as diferenças regionais continuam acentuadas e a Baixada Santista mantém o maior índice de mortalidade infantil no Estado (16,9 por mil nascidos vivos), seguida de Sorocaba (13,6 nascidos vivos) e de Piracicaba (13,0 por mil), onde Araras está inclusa.
Fonte: Tribuna do Povo