O emprego teve uma leve alta na cidade em agosto. A cidade terminou o mês com 109 vagas a mais em relação ao estoque de empregos com carteira assinada existente até julho. A alta foi de 0,30% mas, apesar do resultado positivo, o desempenho da cidade acompanha uma forte desaceleração na criação de empregos no País, que foi de 47%, na comparação com agosto de 2011.
“É o pior agosto desde 2003”, comparou o economista ararense Ricardo Buso, que comenta os números nesta edição, com base nos mais recentes relatórios do Caged (Cadastro Nacional de Empregados e Desempregados) do Ministério do Trabalho, divulgados na última quinta-feira (20).
O destaque de agosto em Araras, em termos de contratações, vai para o comércio. O setor demitiu 323 pessoas no mês passado mas, em compensação, contratou 366 trabalhadores. O superávit no período foi de 43 vagas, o maior, em termos absolutos, entre todos os setores computados pelo Caged. O avanço do emprego no setor em relação a julho foi de 0,59% mas, conforme lembra Buso, se for feita a comparação com agosto de 2011, o resultado é desanimador.
“O comércio, que isoladamente parece animador para o mês, com suas 43 contratações, sofreu desaceleração de 81%, já que em Agosto/2011 havia gerado 228 vagas. A soma dos setores comércio e serviços, em termos proporcionais, mostrou desaceleração da ordem de 86% na comparação Agosto/2011 versus Agosto/2012”, alerta o economista. O setor de serviços registrou queda de 0,05% em agosto deste ano em Araras, com 365 admissões e 370 dispensas no mês.
Outros setores
Entre os setores que mais geram emprego historicamente em Araras, outro destaque que salvou o mês de agosto de um desempenho negativo foi o da indústria de transformação, com 491 contratações e 459 demissões, saldo positivo de 32 vagas e avanço de 0,22% no mês. A agropecuária, basicamente representada em Araras pelas lavouras de cana e laranja, registrou desempenho modesto, com 126 contratações e 102 demissões, apresentando 24 empregos a mais no mês e avanço de 1,08% em relação a julho. Já o pior desempenho no mês passado foi verificado mesmo no setor de serviços, com cinco vagas a menos.
No ano, Araras apresenta saldo positivo de empregos – de janeiro até agosto, são 1.170 vagas a mais na cidade, com crescimento de 3,34% em relação ao mesmo período do ano passado. Ao longo de 12 meses, no entanto – agosto de 2011 a agosto de 2012, o número é mais modesto – crescimento de 260 vagas ou 0,72%.
Desaceleração comprovada
Como observa o economista Ricardo Buso, em termos absolutos, como Agosto/2011 criou 190 milhões de vagas, a desaceleração para o País foi bastante significativa, de 47%. “Ao analisarmos os números para Araras percebemos um resultado final bastante alinhado ao nacional, já que em Agosto/2011 geramos 210 postos (+0,58%) e em Agosto/ 2012 apenas 109 vagas (+0,30%), alimentando uma importante desaceleração de 48%, incrivelmente próxima da nacional”, contabiliza ele. É de extrema importância salientar que tanto para o cenário nacional quanto para o local não estamos tratando de demissões (encerramento de postos de trabalho), mas de redução no ritmo de contratações”, enfatiza.
Migração dos empregos da indústria para serviços
Buso acrescenta, ainda, que “o panorama de empregos formais no Brasil passa por uma grande transição que é a migração da força de contratações do setor da indústria de transformação para o setor de serviços e, seguramente, podemos afirmar que essa é a grande divergência com o ocorrido em Araras, já que a cidade ainda não conseguiu assimilar esse importante movimento”, alerta. “Podemos verificar que os números do setor de serviços para o mês não são nada animadores e passou por drástica redução de ritmo na comparação com 2011”, diz o profissional.
O economista ararense, apesar dos alertas, se mostra otimista em relação aos próximos meses, “Apesar do resultado do mês muito aquém do esperado e da resistência da cidade em apostar no setor de serviços, que habitualmente vem trazendo boas contribuições ao índice nacional, as expectativas para os próximos meses continuam positivas, já que as medidas de estimulo à economia do governo federal atingem em cheio a indústria, base econômica de geração de empregos na cidade”, conclui.
No País
Em termos nacionais, conforme o Ministério do Trabalho, em agosto foram criadas 100.938 vagas, alta de 0,26% em relação ao estoque do mês anterior. No acumulado do ano, os dados demonstram que houve uma expansão de 3,64% no nível de emprego, equivalente ao acréscimo de 1.378.803 postos de trabalho. Nos últimos 12 meses, o aumento foi de 1.457.412 postos de trabalho, correspondendo à elevação de 3,85%.
Fonte: Tribuna do Povo